Todos nós estamos susceptíveis a sofrer, directa ou indirectamente, temporária ou permanente de uma dificuldade ao nível da saúde mental. É compreensível que esta ideia nos possa assustar, e fazer não pensar nisso. Porque mostra a nossa vulnerabilidade, principalmente quando não cuidamos de nós, da nossa saúde física e mental. Mas são muitos que se perguntam como podem fazer isso - cuidar da sua saúde. E a quem se devem dirigir, e com que recursos ou tempo de espera para ser ouvido, consultado, encaminhado e ajudado no seu processo de recuperação. Os números da saúde mental são conhecidos, não os vou repetir. Vão procura-los, até porque assim testam a vossa motivação, para aquilo que faz parte do processo de tomada de consciência, da situação mundial, do seu país, de alguns dos seus familiares, amigos, colegas e também de sí próprio. E agora que esta situação de pandemia parece mais instalada, as fragilidades, algumas delas ocultas, vêm ao de cima, mostrando que aqueles que sempre estiveram numa posição desfavorecida, continuam e muitos pioraram a sua situação. Até porque muitos daqueles que tinham terapias deixaram de as ter, ou de as ter em condições condignas. Muito se fala de que esta pandemia e as medidas que estão a ser tomadas vão fragilizar ainda mais a saúde mental, principalmente se nada for feito. Não se sabe se será tão assim, mas certamente a nossa saúde, física e mental não fica imune a estas mudanças. As crianças, certamente mais vulneráveis e permeáveis a muitas destas situações precisam de ser tidas em conta com uma especial atenção. Até porque é sabido que o desenvolvimento de uma perturbação mental na infância e a ausência de um acompanhamento adequado leva a que estas se tornem adolescentes e adultos com uma perturbação psiquiátrica com um desenvolvimento crónico. Além de podermos olhar para aqueles que já conhecemos que têm uma perturbação psiquiátrica, ou os que são cuidadores informais de familiares com uma perturbação psiquiátrica ou outra condição médica crónica. Precisamos de desenvolver esforços, na comunidade, principalmente aqui, para que toda e qualquer pessoa, possa aceder aos recursos para a promoção da saúde mental. Nomeadamente, reabilitar espaços para a prática de actividade física e poder ter equipas de profissionais alocados para estes projectos. E não apenas projectos de fim de semana e quando não chove. Aqui trata-se de uma promoção diária da saúde física e mental. A proximidade do Outro permite-nos observar com mais tempo e cuidado a sua forma de estar, e com isso também desenvolver uma relação. Muitos dos que padecem de uma perturbação psiquiátrica, vêm a sua área social e de interacção comprometida. As pessoas em maior isolamento social estão mais vulneráveis ao desenvolvimento ou agravamento de uma perturbação mental. O desenvolvimento de espaços culturais, onde crianças, jovens e adultos possam aprender, dar a aprender, desfrutar o lazer trazido pela cultura e a expressão cultural leva a uma promoção da saúde mental e do desenvolvimento de um sentimento de pertença e de aprendizagem intercultural e intergeracional. Sentimento de pertença que está frequentemente afectado na saúde mental. Parece tão fácil não é? Não duvidem que é fácil, principalmente na medida de todos participarmos. Até porque a saúde mental é um bem de todos e para todos. #naohasaudesemsaudemental
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