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Foto do escritorpedrorodrigues

Subtipos de autismo

Antes da entrada da DSM 5 em 2013 que havia diferentes diagnósticos de autismo. Tendo depois desse momento passado a estar tudo debaixo do chapéu do mesmo e único nome - Perturbação do Espectro do Autismo. Contudo, continuamos a referir que o autismo é uma condição grandemente heterogénea. E que não há uma única pessoa autista igual a outra. Além da própria diferença da pessoa autista ao longo da vida, não obstante o diagnóstico ser o mesmo. E já há muito que os clínicos e investigadores procuram compreender os diferentes subtipos de autismo.


Mas que novo subtipo de autismo é que irei falar? perguntam-se alguns. Na verdade não é nenhum subtipo novo. Muito pelo contrário. Já há muito que ele existe. Por exemplo, se olharmos para fotografia podemos tentar observar dois subtipos de autismo. Um autismo que cresce num ambiente com respostas diversas e adequadas face às necessidades neurobiopsicossociais das pessoas autistas ao longo da vida. E depois temos um autismo que cresce num ambiente completamente oposto.


Penso que muitos de vocês, mesmo aqueles que têm dificuldade em identificar o autismo, não terão dificuldade em conseguir dizer na fotografia onde é que estará um subtipo de autismo e outro. Talvez até consigam identificar o subtipo de acordo com a própria arquitectura diferente, além da cor da cobertura numas habitações comparativamente a outras.


Se pensarmos que entre 1% e 2% da população mundial apresenta um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. Podemos pensar por exemplo que na fotografia que acompanha este texto, haverá pessoas autistas em qualquer uma daquelas habitações, não obstante as condições de habitabilidade e outras de cada um!


78 milhões de pessoas a nível mundial apresenta um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. Sendo que 1 em cada 100 crianças apresenta esta condição. E se ouvimos muito falar de pessoas autistas nos Estados Unidos ou na Europa e pensamos que o maior número de pessoas autistas se encontram nestes continentes, enganam-se.


O maior número de crianças e jovens autistas vive em países em desenvolvimento ou de baixo e médio rendimento, incluindo mais de um milhão de crianças na Ásia do Sul e na África Subsariana, enquanto as taxas mais elevadas de autismo infantil são observadas no Médio Oriente, na Ásia Central e no Norte de África.


Grande parte do diálogo em torno do autismo centra-se nos EUA, Canadá e Europa Ocidental. E é compreensível que assim o seja, visto que são os países com maior capacidade de resposta para realizarem investigação. Além de serem os países que mais e melhores recursos de saúde têm. Mas também é possível de pensarmos que muitas vezes esquecemos que grande parte do autismo infantil do mundo está concentrado em regiões onde os recursos de saúde são limitados.


Por exemplo, a Índia tem o maior número de crianças autistas (851.000), seguida da China (422.000), Nigéria (207.000), Paquistão (172.000) e Indonésia (159.000). Em contraste, cerca de 150.000 crianças com autismo vivem na América do Norte e menos de 140.000 na Europa Ocidental.


O facto do grande número de crianças no espectro do autismo viverem em países limitados em recursos significa que são necessárias novas e melhores políticas globais de saúde para garantir que possam ter acesso a cuidados e apoios. Tanto o combate ao estigma face ao autismo como a disponibilização de recursos para as pessoas autistas em todo o Mundo deve ser uma prioridade para todos nós.


Há um maior número de crianças autistas a viverem em lares pobres, comparado com crianças sem autismo. Um em cada quatro (25%) crianças autistas vivem numa família pobre. Mais de metade das crianças autistas (53%) vivem em agregados familiares de baixos rendimentos, versus 41% das crianças sem autismo.


E tal como o autismo não deixa de existir após se deixar de ser criança. A probabilidade destas crianças autistas e que vivem em condições de pobreza, passarem a ser jovens ou adultos autistas e que continuam a viver em condições de pobreza é enorme.


Todos nós individualmente, mas também os organismos de saúde responsáveis por dar uma resposta nesta área da saúde mental. Assim como os sucessivos governantes dos diversos países, sejam aqueles desenvolvidos como o nosso, mas também todos os outros, necessitam de pensar de uma forma responsável nas politicas de saúde mental e públicas.


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