No autismo há muito que se procura "adivinhar" não só a causa do autismo mas quais os factores que podem ter um impacto determinante na melhoria do quadro clínico. Ainda precisamos de partir muitos ovos e até lá fazemos a omolete com aqueles que temos.
Está a decorrer em Montreal a reunião internacional anual da INSAR (Sociedade Internacional para a Investigação no Autismo). São vários os trabalhos que têm estado a ser apresentados, uns mais inovadores do que outros, mas todos igualmente importantes.
Um deles apresentou resultados que fortalecem o impacto do ambiente e a sua influência na severidade do autismo. De acordo com os autores, o estudo envolveu 79 pares de gémeos idênticos em que pelo menos um dos gémeos tinha um diagnóstico de autismo. Os estudos genéticos têm demonstrado uma base genética forte no autismo. Na situação em que um dos gémeos tem autismo a probabilidade do outro também o ter é de cerca de 90%. No estudo em questão 74 dos 79 pares de gémeos tinham autismo. No entanto, a severidade do quadro de PEA variava bastante entre ambos. Alguns dos investigadores sublinharam com espanto algumas delas de tão diferentes que se apresentavam.
O resultado em questão sugere que a qualidade da severidade no quadro de PEA parece não estar dependente de factores genéticos. O que deixa um espaço muito importante para o ambiente e a sua influência mesmo quando o compromisso apresentado é marcado. Ou seja, a importância do diagnóstico e principalmente do diagnóstico precoce assume mais uma vez um papel fulcral. Quanto mais precoce se identificar mais cedo e durante um período maior de tempo podemos alterar o ambiente e com isso esperar que o prognóstico do quadro de PEA seja melhor.
"Uma caixa pequenina mas que pode rebolar. Todos a sabem abrir, ninguém a sabe fechar. O que é?"
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