A imagem de suporte a este post é a de dois exemplares de peixe zebra num estado embrionário com dois dias de vida. E porquê os peixe zebra num post num site sobre autismo no adulto? Os peixe zebra, assim como os ratos de laboratório, fazem parte dos animais usadas na investigação básica que é realizada em várias áreas do conhecimento, nomeadamente no autismo. E se sabemos que é importante o investimento na ciência ao nível da investigação fundamental, também se sabe que é importante financiar a investigação aplicada. Nomeadamente, para compreender porque é que continuamos a observar um tão grande número de taxa de suicídio no autismo e mais especificamente nas mulheres, quando comparados com a população em geral. A realidade diz-nos que esta diferença é três vezes maior, em qualquer idade a partir dos 10 anos de idade. E que no caso das mulheres autistas estas apresentam oito vezes mais probabilidade de comportamentos suicidas, quando comparadas com os homens. E que a situação acresce ainda mais quando se verificam outras perturbações psiquiátricas associadas, nomeadamente Perturbação de Ansiedade e do Humor, facto que é bastante frequente no autismo e com uma maior propensão nas mulheres. E porque é que estas situações continuam a ocorrer? Os peixes zebra não souberam responder, mas sabe-se que o facto de as situações clinicas das pessoas no Espectro do Autismo não estarem a ser identificadas adequadamente, isso leva a que resposta terapêutica e interventiva não seja adequada. Mas também acontece que nos profissionais de saúde que estão mais envolvidos no trabalho na área do autismo possam não estar a verificar adequadamente as queixas e os sintomas depressivos. E mesmo quando as pessoas são diagnosticadas correctamente com Perturbação do Espectro do Autismo, principalmente os adultos, continua a ser difícil poderem obter uma intervenção psicológica adequada. Para além do mais é importante poder conceber que uma percentagem de pessoas no Espectro do Autismo use comportamentos de camuflagem social. E que estes se verifiquem mais frequentemente nas mulheres. E isto leva a que haja uma maior dificuldade na detecção dos casos, mas também a conceber que o sofrimento psicológico seja maior e o agravamento da situação clinica também, nomeadamente ao nível dos comportamentos suicidários e de danos autoinfligidos. A interacção entre os traços autistas e os factores de transdiagnóstico, a alexitimia e uma melhor consciência das emoções, assim como a intolerância à incerteza, são factores fundamentais para melhor se compreender estas situações e poder ajudar a reverte-la.
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