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O último a sair apaga a luz

Foto do escritor: pedrorodriguespedrorodrigues

Somos todos diferentes na medida de nos considerarmos únicos na nossa maneira de ser. Isto apesar de conseguirmos encontrar um conjunto de características comuns e que nos parece aproximar. Eu sou diferente de muitos de vós e vice-versa. A questão é porque algumas diferenças podes levar ao estigma e discriminação?!?

Apresentar características diferentes ou ser diferente da norma. A forma como alguns vivem a diferença pode desencadear uma desaprovação social de pessoas ou grupos de pessoas. Os preconceitos negativos e estereótipos acerca do diferente na saúde mental leva à discriminação e redução de igualdade de oportunidades nas pessoas afectadas.


São muitas as razões que nos levam a pensar no ser diferente quando pensamos no Autismo. Algumas das características comportamentais reportadas ao longo dos últimos 80 anos desde o inicio dos trabalhos de Bleuler, Kanner ou Asperger, etc. referem a existência de um conjunto de comportamentos atípicos e com evidência de alguma estranheza na sua forma de apresentação. A adjectivação de muitos destes comportamentos enquanto deficit e com uma valência negativa. A própria dificuldade em olhar para a expressão comportamental como um todo. Ou seja, poder observar igualmente as competências, tem levado na área do autismo à existência de um marcado estigma e discriminação social nas pessoas autistas e suas famílias.


Alguns investigadores na área da psicologia e sociologia têm procurado chamar a atenção para a existência de um número significativo de stressores, acima da centena, que são derivados grandemente da existência deste estigma face à saúde mental e às perturbações do neurodesenvolvimento mais especificamente. Estes dados mostram o quanto todos nós poderíamos aliviar no fardo de mal estar e sofrimento psicológico em todos aqueles que já por si sofrem devido a algumas das características do seu quadro clínico.


No entanto gostaria de poder reflectir com vocês sobre o seguinte. Vão sendo cada vez mais os casos de crianças, jovens e adultos do Espectro do Autismo que quando existe uma inclusão na escola, local de trabalho, comunidade as dificuldades sentidas inicialmente se vêem esbatidas. As características comportamentais vão permanecendo mas o impacto que as mesmas apresentam na vida da pessoa e da família é menor. Volto a sublinhar - somos todos responsáveis por fazer diminuir o sofrimento nas pessoas pela forma como aceitamos, toleramos ou aprendemos a respeitar a diferença.


Se pensarmos as características comportamentais de uma Perturbação do Espectro do Autismo encontram-se presentes na população em geral ainda que com apresentações ou agrupamentos diferentes daqueles encontrados numa pessoa diagnosticada com PEA. É comum encontrar na população em geral pessoas com dificuldades na interacção social ou na comunicação. Mas que também apresentam determinados comportamentos repetitivos, rituais ou interesses restritos. Ainda que a forma como o apresentam não seja suficiente para terem um diagnóstico. Ainda assim, é importante pensar que esse facto e outros nos deveria tornar mais tolerantes e respeitadores da diferença.

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