Estamos a dias da reentré no novo ano lectivo (entenda-se Setembro). E tal como nas reentrés politicas, também no Autismo n'Adulto temos algumas partilhas e anuncios a fazer. E porventura algumas parvoíces, pois ninguém está isento delas.
As férias do verão é um período escolhido por muitos para pôr as suas leituras em dia. E como tal trago-vos esta proposta de uma doce leitura (tentativa de piada em alusão à capa do livro).
Na vida de todos nós, assim como das abelhas, a comunicação é um factor preponderante para a organização e sobrevivência da espécie. E se há coisa que as abelhas fazem bem, para além do mel, é comunicar. Basta ver a forma como a comunicação é feita através das feromonas e glandulas e de como cada uma delas, seja a rainha, obreiras e zangão se entendem de uma forma perfeita. Incluindo as diferentes danças (e.g., circular, em oito, etc.) usadas para assinalar aspectos importantes para a colónia.
E se não fossem os humanos e algumas espécies de vespas, diria que as abelhas estariam muito bem na vida. Já o mesmo não direi da espécie humana.
Tal como O conto do Czar Saltan, opera de Nikolai Rimsky-Korsakov e libreto de Vladimir Belsky onde consta O voo do Zangão. a vida humana e a capacidade de compreensão do Outro num Mundo Neurodiverso é cheio de peripécias. Na ópera, a czarina traída por suas irmãs invejosas aporta numa ilha mágica depois de ter sido lançada ao mar com seu filho, o príncipe Gvidon, dentro de um barril selado. Com a ajuda de um cisne encantado que realiza os seus desejos, o príncipe inicia uma fantástica aventura que o levará ao encontro do pai e ao desmascaramento das farsantes. Na ópera, a sua composição pretende evocar musicalmente o padrão de vôo aparentemente caótico e em rápida mudança de uma abelha.
Padrão este que por vezes se assemelha ao caótico que parece ser a compreensão das pessoas autistas por parte de pessoas não autistas. Caótico este que o livro da Gemma Williams pretende reduzir ajudando a descodificar e desmontar algumas das crenças e mitos relativos ao autismo acumulados ao logo de quase um século.
Em setembro também iremos dar inicio ao PAA - Grupo de Psicoeducação para o autismo no adulto (ver mais informação aqui). Assim como também iremos continuar com a partilha de Programas (gratuitos) de informação sobre o autismo no adulto - Compreender o autismo no adulto e Autismo na Universidade (ver mais informação aqui e aqui).
Recordo que ainda hoje continuam a haver um número significativo de pessoas adultas que continuam sem um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. E que um dos primeiros passos para melhor se compreender é o diagnóstico. Na nossa página pode encontrar o questionário (ver aqui) Quociente do Espectro Autista (versão reduzida - Allison C. Auyeung, & Simon Baron-Cohen, 2012) para realizar o rastreio (não confundir com diagnóstico).
Precisamos de todos e do seu contributo para a construção de um Mundo mais justo e equilibrado. Tal como precisamos das abelhas para assegurar a continuação da espécie humana, o mesmo se pode dizer em relação às pessoas autistas.
Votos de um boa reentrada e com muitos voos!!
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