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Foto do escritorpedrorodrigues

O autismo ao microscópio

O concurso de hoje é para ver quem sabe mais sobre o autismo! dizia na entrada do evento. Eram disponibilizados vários instrumentos, nomeadamente microscópios, tal como se vê na fotografia. Mas também acesso a documentos escritos, documentários ou pessoas.


Actualmente sabemos que entre 1% e 2% da população mundial apresenta um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. Também sabemos que uma percentagem cada vez maior de pessoas já ouviu falar de autismo, ainda que essa percentagem possa variar de país para país consoante o esforço que cada um desenvolve na divulgação desta condição e da forma como as pessoas autistas vivem ao longo das várias fases da vida. No entanto, alguns estudos demonstram que apenas uma pequena percentagem (entre 15% e 20%) das pessoas autistas se sente compreendida.


Ainda persistem muitos equívocos e mitos sobre o autismo, incluindo que o autismo é uma condição infantil, causado por vacinas, e que as pessoas autistas não gostam de contacto social.


O facto de uma pessoa autista se continuar a confrontar no seu quotidiano com estes mitos leva a um perdurar do estigma e mal estar. É frequente ouvirmos crianças, jovens e adultos autistas dizerem que não querem que se saiba acerca da sua condição pois já ouviram colegas seus falarem de autismo e de pessoas autistas de uma forma errada e/ou negativa. Não é apenas não quererem que se saiba da sua condição. Em muitas situações as pessoas autistas não querem solicitar nenhum tipo de referenciação acerca da sua condição, aquilo que é um direito seu, para que possam ser enquadrados na legislação em vigor para poderem ter acomodações na escola, universidade ou local de trabalho. Isto porque sentem que ao faze-lo os seus colegas e outros irão tomar conhecimento da implementação destas medidas e irão desenvolver algum tipo de iniciativa contra eles, ou criar um mal estar no ambiente.


Mas as dificuldades não se ficam por aqui. Muitas vezes as pessoas não querem ser avaliadas com o receio de poderem ser diagnosticadas com Perturbação do Espectro do Autismo. Não é raro podermos ouvir pais dizerem que não aceitam ou reconhecem o diagnóstico de autismo dos seus filhos, até porque estão a fazer um evitamento face à informação porque lhes está a causar sofrimento e antecipação face a todo um conjunto de situações na vida dos seus filhos como bastante dificeis. Ou então não quererem que os seus filhos saibam do diagnóstico de autismo com receio do que eles possam sentir ao saberem-no e de como irão conseguir enfrentar essa situação com os seus colegas. Ou então pessoas autistas adultas que não tendo um maior conhecimento sobre a sua condição e auto-conhecimento sobre a forma como pensam, sentem e agem enquanto pessoas autistas, e que os leva a não serem compreensivos em relação a si próprios. Sendo muitas vezes auto-criticos em relação ao facto de não estarem a conseguir alcançar algum objectivo. Ou não conseguirem ser auto-representativos em relação à sua condição e à sua pessoa.


Por conseguinte, precisamos de aumentar e melhorar o conhecimento acerca do autismo e das pessoas autistas ao longo da vida na Sociedade em geral, e nas pessoas não autistas em particular, nomeadamente nos profissionais de saúde que mais frequente e directamente interagem com esta população e em professores e educadores. Mas também é fundamental desenvolver este mesmo esforço junto das pessoas autistas e daquelas que possam suspeitar ser e que pensem em ser avaliadas/diagnosticadas.


  1. As estratégias habitualmente utilizadas para apoiar a compreensão no autismo incluem: Histórias sociais;

  2. Outros nomes que têm sido utilizados para os tipos de autismo são: Síndrome de Williams;

  3. Quais das seguintes características da linguagem são por vezes encontradas no autismo: Ecolalia;

  4. O autismo é: Uma condição de saúde mental

  5. Ajustes comuns para crianças autistas na escola incluem: Um espaço calmo;

  6. Estratégias comuns usadas para apoiar a compreensão no autismo incluem: Horários visuais;

  7. Quais das seguintes caraterísticas da linguagem são por vezes encontradas no autismo: Linguagem estereotipada;

  8. Uma das pessoas que primeiro descreveu o autismo no século XX chamava-se: Leo Kanner;

  9. Estratégias comuns utilizadas para apoiar a compreensão no autismo incluem: Escadas de números;

  10. Estratégias comummente usadas para apoiar a compreensão no autismo incluem: Leitura labial;

  11. Outros nomes que têm sido usados para tipos de autismo são: Síndrome de Asperger;

  12. Ajustes comuns para crianças autistas na escola incluem: Instruções mais explícitas;

  13. Outros nomes que têm sido usados para tipos de autismo são: Perturbação Pervasiva do Desenvolvimento;

  14. Quais das seguintes características da linguagem são por vezes encontradas no autismo: Dualidade;

  15. O autismo é mais frequentemente diagnosticado em homens do que em mulheres: Verdadeiro;

  16. O autismo é: Uma condição de neurodesenvolvimento;

  17. Quando as pessoas autistas tentam esconder as suas caraterísticas autistas, isto é conhecido como: Mascaramento ou camuflagem social;

  18. Teorias psicológicas bem conhecidas relacionadas com o autismo incluem: Teoria da Mente;

  19. Teorias psicológicas bem conhecidas relacionadas com o autismo incluem: Desinibição cognitiva;

  20. Quais das seguintes características da linguagem são por vezes encontradas no autismo: Inversão do verbo;

  21. O autismo é: Uma dificuldade de aprendizagem;

  22. Teorias psicológicas bem conhecidas relacionadas ao autismo incluem: Coerência central reduzida;

  23. As adaptações comuns para as crianças autistas na escola incluem: mais trabalho de grupo não estruturado;

  24. As pessoas autistas não demonstram afeto, mesmo a familiares próximos: Falso;

  25. Pica refere-se a comer ou bater com a boca em objectos não comestíveis: Verdadeiro;

  26. O autismo afecta cerca de 1 em cada 3000 pessoas: Falso;

  27. Outros nomes que têm sido usados para tipos de autismo são: Síndrome de Tourette

    Síndrome de Tourette;

  28. Estratégias comuns para apoiar a compreensão no autismo incluem: Programação auditiva;

  29. O autismo é: Uma condição neurodegenerativa;

  30. Ajustes comuns para crianças autistas na escola incluem: Visores brilhantes, ecrãs visuais brilhantes e movimentados;

  31. Muitas pessoas autistas estão interessadas em fazer amigos: Verdadeiro;

  32. Está provado que a medicação melhora o autismo: Falso

  33. Outros nomes que têm sido usados para tipos de autismo são: Dispraxia;

  34. Teorias psicológicas bem conhecidas relacionadas com o autismo incluem: Apatia funcional



Ao responder a estas 34 questões testou o seu conhecimento relativamente ao autismo. Certamente que há muitas e mais questões que podem ser usadas. Porventura estas podem representar uma forma fiável de perceber o nível de conhecimento das pessoas sobre o autismo e as pessoas autistas. Ou pelo menos leva-las a procurar mais e melhor informação. É verdade que na procura de informação sobre o autismo e pessoas autistas poderá encontrar muita desinformação. Seja aquela que apresenta propostas de curas para o autismo, dietas, suplementos ou subtancias derivadas da cannabis, ou terapias que servem para toda e qualquer condição ou características comportamentais observadas no autismo e não só. Para além de terapias que ainda não tem evidência cientifica que as suporte. Ou então informação apresentada em redes sociais que dizem ou alegam ser produzidas por pessoas autistas ou neurodivergentes e que de alguma forma podem induzir as pessoas autistas e não autistas em algum tempo de viés. Mas o facto da pessoa se poder envolver numa procura activa de mais e melhor informação sobre o autismo e as pessoas autistas e que a possa levar a questionar, criticar ou procurar esclarecer, certamente enriquece o seu conhecimento. E este muito provavelmente irá levar a que as atitudes da pessoa em questão face ao autismo e às pessoas autistas possam tornar-se mais inclusivo e respeitador da diferença.


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