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Not all good girls go to heaven

A frase costuma ser "Good girls go to heaven, bad girls go everywhere". Mas as coisas nem sempre são como as dizem. 1 em cada 100 adultos apresenta um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. Mas os homens continuam a ser mais frequentemente diagnosticados comparativamente às mulheres. E porquê? Em parte porque as mulheres, nomeadamente no Espectro do Autismo, conseguem com maior facilidade e competência ter um diálogo alternado, seguir a iniciativa da outra pessoa e apresentar uma maior flexibilidade. E muitos dirão - Qual é o espanto? As mulheres de uma maneira geral conseguem fazer isso melhor do que os homens! É um facto. Então porque é que os homens continuam a ser mais frequentemente diagnosticados com Perturbação do Espectro do Autismo? Porque os critérios de diagnóstico tal como estão definidos não encaixam estas características presentes nas mulheres e como tal elas vão continuar a não ser diagnosticadas correctamente. Até porque quando temos um homem e uma mulher com características comportamentais semelhantes e com um nível de gravidade muito igual, as mulheres são diagnosticadas com cerca de 1 ano e 8 meses mais tarde comparativamente aos homens. Ainda assim, poderíamos pensar que os profissionais de saúde não precisam de seguir estritamente os critérios de diagnóstico. Não é uma prática assim tão estranha! Ocorre inclusive em outras condições, porque não haveria de acontecer para o Espectro do Autismo? Provavelmente porque continua em muito enraizado aquilo que se pensa que é Autismo. Além de que continua em muito enraizado aquilo que é o comportamento expectável para uma mulher comparativamente ao homem. E tudo junto dá nisto. As mulheres continuam a ser tardiamente diagnosticadas, sob pena de agravar os seus sintomas e o seu sofrimento. É fundamental compreender que as mulheres, nomeadamente no Espectro do Autismo, têm uma maior e melhor competência para aquilo que se designa de camuflagem social. Ou seja, a capacidade de desenvolverem um conjunto de comportamentos sociais mais adaptativos e que lhes permite integrar. Mas este comportamento não é feito de forma espontânea e na maior parte das vezes não é sentido como fazendo sequer sentido para si. Mas fazem-no precisamente porque pensam que isso as vais fazer estar integradas no grupo. E o certo é que o grupo vai reforçar isso na maior parte das vezes. Mas o custo associado é dramático. Talvez seja altura das mulheres poderem deixar de "do it better" e começarem a ser elas próprias independentemente do que os outros possam pensar. Talvez lhes seja mais vantajoso.


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