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Foto do escritorpedrorodrigues

No country for old autistic person

No dia 11 deste mês celebrou-se o Dia Mundial da População. Parte desta celebração passa por a conhecermos. Quantos somos, quem somos e como vivemos, entre outras tantas importantes variáveis. A Fundação Francisco Manuel dos Santos (Pordata) apontou-nos nesse caminho com alguns números que como sempre reflectem a realidade vivida por muitas pessoas. Outros, como o Instituto Nacional de Estatística tem-nos relembrado a necessidade de olhar para a realidade, mas com o objectivo de a tentar compreender e saber o que precisa de ser feito para alterar a rota de alguma desta realidade. Mas muitos de nós continua a tratar as estatísticas tal qual as pessoas idosas. Olhamos para elas em dias considerados especiais e depois deixamo-las num determinado sitio com a ideia de que estamos a fazer o nosso melhor. E ao fim de um ano parece que percebemos que ambos, as estatísticas e as pessoas idosas estão muito semelhantes entre si. Ou seja, as estatísticas estão agravadas, assim como a condição de vida das pessoas idosas.


A Pordata refere que 24% da população Portuguesa tem 65 anos ou mais. Pergunto-me quantas delas serão pessoas autistas. Sim, pessoas autistas com 65 anos ou mais!! Ainda recentemente faleceu a primeira pessoa a ser diagnosticada com Autismo (Donald Tripplett) com 89 anos (iria completar 90 anos em setembro). O relatório diz também que mais de 400.000 vivem em risco de pobreza. E volto-me a perguntar quantos deles serão pessoas autistas. Sim, porque uma larga maioria de pessoas autistas (acima de 70%) continua a não conseguir integrar o mercado de trabalho e fica a viver de forma dependente da sua família. Continuam a referir que mais de 500.000 pessoas idosas vivem sozinhas. E volto-me a perguntar quantas delas serão pessoas autistas.


O diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo é sabido que enquanto condição do neurodesenvolvimento existe ao longo do ciclo de vida da pessoa. Se um Pediatra, Neuropediatra ou outro especialista está a diagnosticar uma criança com dois, quatro, oito ou mais anos. Então podemos ter a certeza de que essa mesma criança irá crescer e tornar-se adolescente, adulto e mais tarde será uma pessoa idosa, uma pessoa autista idosa. Além do mais temos observado que cada vez mais frequentemente se tem feito diagnósticos de Perturbação do Espectro do Autismo na pessoa adulta acima dos 24 anos de idade. Os Psiquiatras e Psicólogos clínicos têm alertado para esse facto.


Se queremos continuar a celebrar a População precisamos de a cuidar e principalmente ajudar a criar condições para que eles próprios se cuidem ao longo da vida. As pessoas querem cuidar-se e se necessário poderem usufruir de alguns serviços necessários para se cuidarem melhor.


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