Na minha altura farmácia escrevia-se com ph! Assim como, também havia a designação de Síndrome de Asperger, enquanto condição que se inscrevia dentro da Perturbação do Espectro do Autismo. E hoje, no dia 18 de fevereiro, assinala-se o seu dia - Dia Internacional da Síndrome de Asperger.
Algumas pessoas dizem não querer falar do nome Síndrome de Asperger. Repudiando mesmo essa designação, antes tão acarinha por muitos, por estar associada a Hans Asperger, o médico Austríaco que lhe deu o nome, e que mais recentemente se veio a saber associado ao regime nazi.
Mas a Síndrome de Asperger não é o Hans Asperger, e muito menos aquilo que ele fez. E a entrada desta condição na DSM-IV em 1994 foi de extrema importância. Até porque até lá, haviam muitas pessoas que não cabiam no espectro do autismo, ainda que apresentassem muitas das suas características. Sendo que em 2013, com a passagem para a DSM 5, foram muitos que se questionaram sobre o seu desaparecimento e o impacto que teria para muitos com este diagnóstico. Até porque muitos ainda se estavam a apropriar desta sua nova identidade. E outros que já a tinham conseguido "vestir", viram-se novamente obrigados a serem repensados. Situação que é exigente para qualquer um de nós, do ponto de vista da identidade, e ainda mais para alguém no espectro do autismo.
Mas as pessoas, uns por uma razão e outros por outra diferente foram fazendo este esforço de deixar cair a designação Síndrome de Asperger. Mas logo se começou a perceber que havia dificuldade em diferenciar as pessoas dentro da nova condição Perturbação do Espectro do Autismo. E mesmo com os três diferentes níveis que se referem aos apoios necessários ficava, e ainda fica, difícil de conseguir fazer essa diferenciação. Principalmente se feita apenas à luz da DSM ou da ICD.
A Síndrome de Asperger, penso que ainda representa, aquilo que durante muitos anos, e em certa medida ainda hoje, se fala, pensa ou observar do ponto de vista clínico, os diferentes subtipos dentro do espectro do autismo. E ainda que falte a evidência empírica acumulada para poder corroborar isso, são muitos aqueles que ainda pensam na importãncia de olhar para os subtipos. Até porque dependendo do perfil de funcionamento da pessoa no espectro do autismo, são desenhados todo um conjunto de propostas e hipóteses clinicas e terapêuticas adaptadas à situação.
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