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Manifesto: Autismo global

Somos mais. Todos, seremos sempre mais. E não, o autismo não está a crescer! Não estamos a falar de nenhuma epidemia de autismo. O autismo já cá estava. Sempre esteve. Mesmo até antes de Kanner ou de Asperger. O que surgiu há pouco mais 80 anos atrás foi o nome. Porque antes as pessoas já existiam, e sentiam, pensavam e olhavam o mundo, as pessoas e a si próprios de forma diferente. As pessoas sempre estiveram, fossem crianças, jovens ou adultos. Mas agora passaram a falar mais. De si próprios, das suas necessidades, capacidades e direitos. As suas famílias, que sempre estiveram presentes, estão mais capacitadas não apenas para continuarem a falar pelos seus filhos e a lutar por eles, mas principalmente para os libertarem e ajudarem a encaminha-los para que sejam eles, autónomos e independentes a lutar por si próprios. As raparigas e mulheres que antes estavam mais subjugadas à pressão social do que os outros procuravam ver em si. Hoje estão mais conscientes e libertas para serem elas próprias. Ainda que continue a haver um grande caminho para trilhar. Este movimento já não volta regride. Até os próprios profissionais de saúde que durante algum tempo foram tendo uma perspectiva da cura do autismo, de olha-lo como uma mera doença complexa. Também aqui assistimos a uma mudança de paradigma, em que os cientistas se unem com as pessoas autistas e em conjunto traçam percursos de uma compreensão global. E assistimos com agrado a que os próprios autistas criem espaços de reflexão, seja a nível psicossocial, politico, cultural e cientifico, e os procurem partilhar, sejam com a comunidade neurodiversa, mas também neurotípica. São momentos felizes estes que vivemos, mas também momentos de incerteza e sofrimento. E que todos nós precisamos de encarar com responsabilidade mas também com respeito pelo Outro.


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