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Foto do escritorpedrorodrigues

E se o seu médico lhe prescrevesse...!?!

Para a grande maioria de nós quando vai ao médico a ideia é sair de lá com uma prescrição para aviar na farmácia local. E em determinados casos uma ida ao hospital ou clinica especilizada para realizar um exame complementar de diagnóstico (i.e., Rx, análises, etc.). É verdade que em situações especificas a pessoa possa esperar que lhe seja prescrito a realização de exercicio, tal como no exemplo da foto. Ainda que muitos pensem que essa indicação se faça em casos onde se verifica um aumento de peso ou situação afim.


Mas o desafio aqui é pensar na prescrição de exercicio fisico quando a pessoa que vai à consulta tem um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo! E não, não é o mesmo que dizer que o exercício é apanágio de uma qualquer cura para o autismo.


É sabido dos efeitos benéficos para a saúde fisica e mental com a prática regular de uma actividade fisica. E se esta afirmação é verdadeira para qualquer um de nós, ainda mais se torna quando se aplica a uma pessoa com um diagnóstico de Perturbação do Espectro do Autismo. E porquê?


Em primeiro lugar poder dizer, no caso da realidade nacional, que a prática regular de uma actividade fisica é relativamente pequena. Há dados que apontam que cerca de 70% da população Portuguesa não faz uma prática regular de actividade fisica. E no caso das pessoas autistas esta realidade é ainda mais acentuada. Ainda que seja necessário poder reflectir o porquê desta mesma realidade! Se por uma lado podemos pensar que são as pessoas autistas e algumas das suas características que levam a esta prática mais reduzida. Podemos igualmente equacionar que tal com em tantas outras situações o factor preponderante nestas situações tem a ver com a falta de acomodações, seja nas práticas a realizar, mas também no próprio ambiente e formação dos profissionais de educação física para uma maior sensibilização para a comunidade autista.


Além disso, os efeitos cumulativos dos sintomas primários, das várias comorbilidades observadas no espectro do autismo, o uso continuado de medicação, estilo de vida mais sedentário, dificuldades em torno da esfera alimentar, entre outros. São todas elas questões que tornam as pessoas autistas vulneráveis ao aumento de peso. Sendo que esta questão do ganho de peso se associa aos problemas de sono, perturbações metabólicas, motoras e gastroinstestinais, como as situações comorbidas mais frequentemente observadas no espectro do autismo.


É importante contribuir para o desmistificar da ideia de que as pessoas autistas não gostam da prática de exercicio fisico. Assim como a ideia de que as pessoas autistas não gostam de estar e/ou fazer amigos, entre outras crenças. Mas é igualmente importante contribuir para uma adaptação da prática de exercicio junto das pessoas autistas e desde idade precoce. Até porque o exercicio realizado de uma forma adequada pode contribuir para uma melhoria na capacidade de auto-regulação, entre outros. Ainda que o exercicio necessite de ser feito de forma conjugada com outras intervenções. Mas o exercicio, e quando realizado de uma forma conjunta pode ajudar num contexto diferente do habitual a fomentar as relações interpessoais e de cooperação. Potenciando aquilo que são as diferentes intervenções realizadas juntos das pessoas autistas para o treino de competências sociais. Os exemplos do impacto positivo da prática de exercicio fisico nas pessoas autistas parece fazer todo o sentido, mas necessita ainda assim de continuar a ser estudado. Para que se possam continuar a mostrar evidências para lá daquilo que é algumas das nossas suposições. E com isso, estaremos sempre a promover a criação de programas e projectos para uma prática de actividade física inclusiva e adaptada, neste caso às pessoas autistas.


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