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Direitos humanizados

Celebramos hoje o dia Internacional dos Direitos Humanos. Direitos estes que foram proclamados em 1948, cerca de dez anos após a Donald Triplett ter sido a primeira pessoa a ser diagnosticada com Autismo pelo Dr. Leo Kanner. Parece que foi há muito tempo. E ao longo destes 70 anos para o caso do Direitos Humanos e 80 para o caso do Autismo, muito se tem passado. Curiosamente no Autismo há muito tem sido desenvolvido em termos da compreensão desta condição, seja na compreensão das causas, detecção precoce mas também evolução do quadro clínico ao longo da vida. No caso dos Direitos Humanos, também foi havendo desenvolvimentos, principalmente no esforço das pessoas em procurar que se cumpram os princípios orientadores definidos. Mas sempre que olho para os artigos na Declaração dos Direitos Humanos não deixo de me questionar na dificuldade que uns e outros temos, seja na sua compreensão e principalmente na sua aplicação. E o mesmo me ocorre em relação ao que se passada no Espectro do Autismo. Se pensarmos que no 1º artigo podemos ler "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos.", como é que podemos enquadrar essa afirmação e ao mesmo tempo saber que um número desconhecido mas ainda assim significativo de pessoas com Perturbação do Espectro do Autismo quando chega à vida adulta deixa de ser capaz de continuar a assegurar de uma forma livre e com dignidade a sua vida? E a resposta a esta pergunta não é - porque têm uma Perturbação do Espectro do Autismo! A resposta reside em nós outros, pessoas não autistas e na forma como continuamos a interpretar a diferença de uma forma que limita os direitos fundamentais da pessoa. Da mesma forma que somos todos nós que não obstante termos conhecimento dos Direitos Humanos ao longo destes 72 anos, ainda o continuamos, de uma forma mais ou menos directa a participar para o seu não cumprimentos integral. Haverão certamente uns de nós com mais ou menos responsabilidades. Mas somos todos nós cidadãos garante do seu cumprimento e como tal com o dever de nos mobilizarmos para o seu cumprimentos. Os Direitos Humanos precisam de voltar a ser humanizados. Até porque o sistemático incumprimento dos mesmos ao longo dos anos levou a uma dessensibilização da Sociedade e a uma descrença da importância dos mesmo. Hoje como em qualquer momento é fundamental podermos continuar a lutar pelos Direitos Humanos. É um dever cívico e da responsabilidade de todos nós.


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