top of page
Foto do escritorpedrorodrigues

Como se coloca um elefante dentro de um frigorífico em três tempos?

Conhece esta anedota? Como se coloca um elefante dentro de um frigorífico em três tempos? Normalmente a resposta mais frequentemente ouvida é: 1) Abre-se a porta; 2) Coloca-se o elefante; 3) Fecha-se a porta.


E já agora, veja lá se consegue responder a esta? Como é que uma pessoa autista se integra socialmente em três tempos? Não sabe? É mais difícil de responder? Basta tentar adaptar-se às regras da Sociedade, dirão alguns!


Alguns de vocês, principalmente pessoas autistas, têm a noção do comportamento de camuflagem social, e das potencialidades e alcance que este poderá ter. Mas também dos custos e das dificuldades do ponto de vista emocional que vai causando. E até a própria literatura cientifica tem demonstrado que as pessoas autistas que mais frequente e habilmente usam o comportamento de camuflagem social, são aqueles que têm precisamente mais sintomas de mal estar psicológico, nomeadamente Ansiedade e Depressão.


Mas porque é que as pessoas autistas haverão de querer ser aquilo que não são? E porque haverão de querer ser algo que representa em boa verdade o oposto daquilo que elas são? E será que o perfil neurotipico é o único existente e bem sucedido na Sociedade de uma maneira geral? Ou será que as pessoas autistas, sejam jovens, mas também adultos, procuram a camuflagem social e o perfil do neurotipico porque não estão suficientemente conscientes do seu próprio perfil e identidade? E no caso dos jovens autistas, estaremos a falar da camuflagem social como um aspecto normativo da própria adolescência e da descoberta de si próprio?


É sabido que muitos jovens e adultos apenas descobrem que são autistas mais tarde no seu percurso de vida. E como tal, durante uma boa parte da sua vida sentem que são eles que estão errados ou que não sabem fazer as coisas. E como tal, são precisamente eles que necessitam de fazer as coisas diferentes e de se adaptarem aos outros. Mas por várias razões acabam por distorcer muito daquilo que é a sua própria identidade e chegam ao ponto de não saberem quem eles próprios são ou querem ser. Facto que é extremamente causador de desorganização e mal estar e sofrimento psicológico.


Além do diagnóstico precoce e das múltiplas intervenções médicas, psicológicas e outras necessárias. É fundamental ajudar a pessoa autista desde criança a compreender a sua pessoa, a aceitar-se, representar-se e celebrar-se. Apenas assim a pessoa autista não sentirá necessidade de ser outra pessoa que não ela própria.


143 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo

It's a date

Comentarios


bottom of page