A Mafaldinha ou o Calvin e Hobbes são dois bons exemplos de como a banda desenhada pode falar sobre assuntos sérios dentro de um tema já de si sério como é o caso da saúde mental. E ainda por cima consegue-o fazer de uma forma que chega a todas as idades. Não é caso único no mundo das artes. O teatro e o cinema já o fazem há bastante tempo, assim como a própria literatura. Cada um terá um estilo próprio, mas penso que a banda desenhada tem a propriedade de simplificar através do humor e fazer passar mais facilmente uma informação importante sobre os aspectos da saúde mental. Seja sobre as características presentes numa determinada perturbação, mas também sobre a importância de sensibilizar para os aspectos do estigma, ajudando a combate-lo. É o caso da fotografia aqui usada sobre o autismo (livro Humor Azul de Rodrigo Tramonte). A representação que fazemos do autismo, seja nos órgãos de comunicação social ou na literatura e discurso cientifico leva a que as pessoas na Sociedade adoptem elas próprias um discurso e uma representação mental que pode ser enviesada e perigosa, causando mal estar nas pessoas com uma perturbação, seja autismo ou outra, e nos seus familiares. A perpetuação de uma noção de capacitismo no Espectro do Autismo parece central. Esta ideia que ainda se mantêm de que no autismo as pessoas não são capazes de fazer isto ou aquilo, faz estragos muito grandes acerca da forma como o próprio se vê e os outros a si também. Não é apenas uma mera questão de semântica, ainda que esta seja importante. A forma como vamos falando e ouvindo falar sobre o autismo pode determinar uma maior dificuldade em aceitar o diagnóstico mais tarde na vida, porque sempre se ouviu falar sobre este tópico de uma forma negativa. Nesta 6ª feira (dia 17) às 14h00 (hora de Portugal) e 10h00 (hora de Brasil), eu e o Rodrigo iremos estar à conversa no Instagram @pin_emtodasasfasesdavida. Venha dai connosco, vai ter tudo, até humor.
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