1 de maio de 2022. Primeiro domingo de maio. Dia da mãe. Mas também dia do trabalhador. A minha mãe é tudo isto e muito mais, pensa Artur (nome fictício). A minha mãe é mãe, trabalhadora e autista. Mas a minha mãe também é filha. A sua mãe não é autista, mas o seu pai é. Ele também é trabalhador, diz. A minha mãe é irmã. Ela não é autista mas trabalha com crianças autistas. É terapeuta, refere. A minha mãe neste momento não trabalha fora de casa. E também não está em teletrabalho. A minha mãe está desempregada, acrescenta. Ela tem estado muitas vezes desempregada. Eu não sei porquê? refere. Ela faz as coisas muito bem feitas. Na maior parte das vezes até é bastante perfeita. O meu pai diz muitas vezes isso dela. O meu pai não é autista, mas foi ele que descobriu que a minha mãe também o seria. A minha mãe diz que foi assim que se conheceram. A minha mãe diz que foi por isso que quiz ficar com ele, diz. O meu pai foi quem tirou esta fotografia. Eu não estou a dar um beijinho à minha mãe. Isto apesar da fotografia assim parecer. Eu não gosto dessas coisas de ter de dar beijinhos à minha mãe só porque é dia da mãe, diz. Se assim fosse apenas dava um beijinho por ano e isso parece-me absurdo. Além disso já li algures que o dia da mãe é a data original do Natal. E como isso tudo me parece uma enorme confusão eu faço as coisas à minha maneira. O meu pai diz que eu faço muitas coisas à minha maneira. A minha mãe diz que eu também faço como ela muitas coisas à minha maneira. Mas eu sempre ouvi dizer que cada um tem a sua maneira. E por isso não deve ser mal nenhum estarmos a fazer as coisas à nossa maneira. Por exemplo, a minha mãe é mãe à sua maneira e eu gosto muito disso, diz. Se ela fosse como a mãe do meu amigo Afonso não (nome fictício) eu não gostaria em nada, refere. Mas o Afonso diz que gosta muito da mãe dele assim como ela é e isso diz-me que assim é que está bem, conclui.
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